A primeira década do movimento dos Sem Satélite. Uma década depois do manifesto original.
O que é o Movimento dos Sem Satélite?
Escrevo de um ponto equidistante desta trajetória.
De um Não-Lugar que não se aponta no Global Position System dos protocolos industrializados.
Um desinteresse pragmático por uma tecnocracia que ainda assim está aqui a publicar-nos a localizar-nos, a significar-nos,
No velho sistema de calendários, fronteiras, lastro.
Um desinteresse simulado?
Bailar sobre os astros sem sair do lugar – quem ainda pode flutuar?
Nós somos um ponto de vista singular dentro da cultura Phreake que dentro das B.B.S. dos primeiros modems elegeu por seleção natural a camada TCP/IP como língua franca.
Protocolos como IRC, como um porto-seguro para aplicar o Teste de Turing em qualquer nova gíria que pudesse sugerir a chegada de uma nova geração de autômatos.
Uma horda veio, sedenta pelas imagens, pronta para a troca de arquivos audiovisuais e a digitalização do legado de Gutenberg:
A continuidade da episteme que foi salva nas bibliotecas desta Babel dos escribas que continuam a nos traduzir aprumando em nossas orlas.
Enough!
Basta!
Onde estão nossos Device Drivers?
Gritávamos quando nos encontrávamos sem fronteiras numa Escandinávia tão próxima do kernel do nosso sistema quanto do Aquifero Guarani que navegamos para chegar até a borda do novo Cine Kurumin. Xingu.
E na velha e canônica península ibérica novamente estamos nós naquele velho portal do esquecimento,
Orbitando Satélites,entre a queda do Império Alfabetizado e a descoberta da nau à deriva que nos conduz de volta ao lar dos náufragos
Àqueles que há muitos anos navegam sem bússola, sem mapas, só pelo cheiro do vento.
Seriam capazes de arrancar da lua a bandeira daqueles mercenários que narravam épicos em nome de um reino qualquer.