O vernáculo, aqui entendido como a língua viva das ruas, é uma tremenda fonte de vivacidade, sabedoria e riqueza cultural.Empregado com frequência como um escudo contra o poder, como uma proteção contra estranhos ao ninho (jargões, gírias e até mesmo a língua do “P” das crianças que Gal Costa cantou), ele reflete inteligência prática e direta, na veia, ou universaliza algo como um adjetivo irrecorrível, incontestável – tal como roscofe, um ordinário relógio suíço de má qualidade, ou legal, termo da lei de que o submundo se apropriou para fins de denominar os pequenos nirvanas aos quais é permitido, mesmo que na marra.

O vernáculo que temos à frente é o termo gambiarra. O Aurélio (Editora Positivo, 4ª. edição, 2009) não é de valia, pois o define como uma lâmpada colocada na extremidade de um longo fio que permite seu emprego em uma área relativamente grande, como um conjunto de lâmpadas para uso naval ou no teatro. Se a memória não me trai, meu conhecimento de sua existência foi nos anos setenta, quando pronunciado por Chico Jacob, que assim se referiu a um pequeno improviso que estava a fazer em seu apartamento. Então supus que ele o empregara substituindo o termo bricoleur, que designa pequenos trabalhos sem importância, o biscate. Depois ponderei que alguém deve ter associado a experiência do biscate com o improviso e, daí, com a gambiarra elétrica dos cenários teatrais tal como definida no Aurélio. Um improviso.

Mas também imprecisão. Minha educação, curso científico, um preâmbulo na Faculdade de Engenharia e de uma graduação e pós em Ciências Econômicas me predispuseram a suspeitar e rejeitar gambiarras e seus praticantes. A esta formação se juntou uma certa penchant stalinista que marcou minha geração (Ah! Os promissores Grandes Relatos… ver Jean-François Lyotard, A Condição Pós-Moderna) e a prática das ditas “ciências exatas”, entre as quais alguns pensadores inserem a economia. Mas, cá entre nós, é como dar murro em ponta de faca.

Porque a gambiarra, razoo, foi uma necessidade imposta pelo processo de colonização de Pindorama. Devia haver carência de tudo, daí a necessidade do improviso, do famoso jeitinho familiar a todos. Querem um exemplo? É fácil, escolham o melhor altar barroco das nossas igrejas e peçam para vê-lo por trás: verão, assombrados, um palimpsesto de ripa sobre ripa, remendo sobre remendo. Ou então consultem os quatro volumes da História da Vida Privada no Brasil (Cia. das Letras, 1997) ou os relatos dos celebrados viajantes europeus que nos visitaram há séculos atrás. O Brasil colonial nos legou a prática da gambiarra. Quem não tem cachorro caça com gato, ora pois.

A gambiarra é estrutural, embora em alguns setores da atividade humana nos quais o computador (a exatidão) penetrou pra valer, como nas oficinas mecânicas, tenha sido relevada aos grotões. Vivemos hoje uma dicotomia entre o científico e o “gambiárrico” encarnado como marca, estigma, como um diferencial cultural. Proponho duas formas pretensamente científicas para gerar uma abordagem intrincada ao termo melhorando seu status, um upgrade. Primeiro, podemos encaixá-lo na definição de economia do suplemento que Foucault criou para designar um suplemento que, gerado para auxiliar na faina diária, inverte a equação e escraviza, impõe-se.

O automóvel e o telefone celular são menções honrosas dessa aberração. Segundo, pode ser entendido como um rizoma, conceito de
Deleuze e Guattari para abordar sistemas que não têm como característica a hierarquia verticalizada. Expansionista na dimensão horizontal, o rizoma é como um câncer em fase de metástase. Um exemplo à mão é o ensaio “Vietnam: The thousand plateaus”, de Herman Rapaport (“The 60’s Without Apologies”, University of Minnesota Press, 2ª. Ed., 1985). Ali o autor analisa a guerra do Vietnã empregando o rizoma para discorrer sobre a tática guerrilheira da resistência contra o sistema rígido e hierárquico das forças militares americanas.
 

Devia haver carência de tudo, daí a necessidade do improviso, do famoso jeitinho familiar a todos.

Ubíqua entre nós, a gambiarra pode ser fruída quando relembramos vários lances do maldito golpe militar de 1964 e seus generais (em especial o sediado em Minas). Tudo acochambrado (o “feito nas coxas” se refere ao molde empregado para produzir as telhas coloniais, feitas nas coxas, gambiarrada). Blefes, insultos a granel e o resultante cisco verde-oliva em nossos olhos. Duas décadas! Neste meu improvisar, outra lembrança. Durante a presidência de JK, o então ministro da Fazenda (acho) José Maria Alckmin deparou-se com uma demanda dos bares e cafés cariocas, que queriam aumentar o preço do cafezinho. Concedido o aumento de cem por cento, o ministro ouviu a gritaria da população e, de pronto, decretou que a xícara deveria ter seu volume duplicado.

Mas estas são águas passadas, da época em que o Vasco da Gama era vistoso, tinha Bellini, Orlando, Coronel (que nunca conseguia “prender” o Garrincha), Vavá e Pinga.

De quebra, tinha o guarda-metas Barbosa, o eterno injustiçado, culpado pela derrota para o Uruguai em 1950. De lá para cá, ou seja, do supercampeonato de 1958 até hoje, a cueca
samba-canção virou tanga, o samba canção foi deslocado pela bossa nova, Sérgio Ricardo e Glauber Rocha (“te arreda santo safado”) pelo Tropicalismo, aliás uma ode à gambiarra alegremente enriquecida pelos Novos Baianos e, encurtando a narrativa, pelo Planet Hemp, MCs e áreas próximas. Ficou desonroso, segundo Foucault, falar pelos outros, menos na política.
 

Vivemos hoje uma dicotomia entre o científico e o “gambiárrico” encarnado como marca, estigma, como um diferencial cultural.

É, político sempre fala pelos outros, um tipo de deformação profissional – é, eles são profissionais, inclusive com direito a aposentadoria depois de alguns mandatos. Neste campo, mais apropriado seria dizer nesta miséria, desde a reinauguração da res publica nos anos oitenta temos assistido a um festival bizarro de meias-verdades, improvisos e gambiarras. Parece que de nada adiantou que o governo Vargas, nos anos cinquenta, enviasse Celso Furado, Roberto Campos e Ignácio Rangel para estudar nas estranjas e orientar os destinos da economia (trouxeram um econometrista inglês para falar grosso na coleta e no processamento de dados estatísticos). No país das gambiarras os destinos viraram desatinos: leiam sobre a gestão Delfim Netto (e os Delfim’s boys) durante a ditadura militar e a internacionalização da nossa economia (o capital estrangeiro vinha se imiscuindo desde os anos 1950; veja, por exemplo, “Um dia na vida do Brasilino”, que o Centro de Cultura Popular da UNE imprimiu). Desde então, a gambiarra econômica passou a ser conhecida por pacote!


Gambiarra à la brasilien (jamais um país sério, frase atribuída talvez erroneamente a Charles De Gaulle durante a Guerra da Lagosta com a França). Avanço algumas décadas para enfocar 2010/11, com a política petista de desoneração de tributos e concessão de subsídios para, assim, gerar excedentes que, esperava-se, seriam aplicados na economia como investimento (no escambau, isso sim). As burras do erário sacrificaram impostos a “fundo perdido”.

O que aconteceu com o excedente ninguém sabe, mas provavelmente rendem juros no exterior. Afinal, quem quer investir nessa balbúrdia, agora tornada dissonante pelas minorias e sindicatos e a esquerda brasileira, a última, outro exemplo de rizoma, desde o início da década de 2000? À gambiarra, o pacote, que é como se pode chamar a política econômica adotada então, 2010, somaram-se os problemas externos (preços das commodities) e as perdas sucessivas de arrecadação, o aumento constante dos gastos, justificados, com educação, moradia, saúde – direitos básicos do ser humano. Daí originou-se o descontrole da “administração” Dilma, sua gambiarra gerencial.

O chamado desajuste fiscal só foi se agravando até a reeleição de 2014, ganha “nas coxas” com o expediente de maquiar dados. Os 54 milhões queriam mais: moradias, educação, saúde, quilombos e por isso o Aecinho dançou feio, como se diz, morreu na praia após uma tremenda recuperação que o levou ao segundo turno. E aí teve início a gambiarra que nos trouxe ao presente estado das coisas.
 

A gambiarra econômica passou a ser conhecida por pacote!

Recontagem de votos, requerimento de impugnação do resultado no TSE, uma gritaria do coro dos descontentes que calculavam os danos futuros: a volta de Lula em 2018 e mais 12 anos com a mão da esquerda vermelha distribuindo as cartas do jogo democrático! Tisconjuro. Deus que me livre! Sai Satanás. Pois é, veio então a disputa pela presidência da camarilha dos deputados (dos quais apenas setenta e três foram realmente eleitos, o restante subiu na cota partidária), vencida pelo gangster Eduardo Cunha. Há aqui um ponto cego que minhas pobres fontes não me permitem clarear: será que o gangster teve o insight de impedir a continuidade do mandato da Presidenta ou alguém soprou em seus ouvidos darwinianamente adaptados? Não sei, mas que começou aí o projeto de ingovernabilidade, disto temos certeza.

O patinho amarelo (cor da covardia) da Fiesp; o apoio logístico da indústria da informação (a televisiva, pois a mídia impressa não compactuou totalmente) e a claque das ruas comandada pelo Movimento Brasil Livre, o último supostamente apolítico, mas apoiado financeiramente pelo PMDB e DEM, geraram o pacto (que horror, titia) a que se refere o senador Romero Jucá nas gravações de março. Seguindo a cartilha da gambiarra, estas apenas foram reveladas meses depois, somando-se à “deposição” do gangster Cunha da presidência da camarilha e cassação de seu mandato, pedido que ficou “dando filhote” no colo de um juiz do Supremo de dezembro até a passagem do pedido de impedimento. E a gente que achava, a partir do ícone postado lá em Brasília, que a justiça é cega (“tá bem”, mas não é surda e tem o pleno sentido do tato nas mãos).

Tal “golpe branco”, para as elites, revelou-se uma necessidade, já que recorrer às armas engalanadas poderia: 1) despertar neles o fascínio pelo trono, como em 1964, e teríamos hoje a história como farsa (nos dizeres de Karl Marx, a primeira vez é como tragédia e a segunda…); 2) com a queda do muro de Berlim ficou insustentável o apoio às ditaduras no mundo “livre” do neoliberalismo A amarração que se procedeu desafia os ensinamentos dialéticos que apontam para as contradições internas da oligarquia. Um episódio vem à baila: Negrão de Lima, do PSD, durante a presidência de Juscelino, concorreu à prefeitura da capital federal, Rio de Janeiro, contra um adversário da UDN. Ganhou. Empossado, deu um cartório de presidente ao oponente político derrotado. O episódio sugere que as diferenças internas são superadas quando há um interesse comum.

Sufocar as esquerdas, manter o povo oprimido e conformado e segurar os anéis. Sob a batuta de Eduardo Cunha, o poderoso psicopata, segundo seu correligionário pernambucano Jarbas Vasconcelos, assediou-se a administração federal. Fez-se o país ingovernável, ao mesmo tempo em que foram cerzidas novas alianças com o baixíssimo clero e a pletora absurda de partidos nanicos. O que já era confuso e criticável aumentou como uma bola de neve, com uma pequena ajuda da indústria da informação, o olhar benevolente da justiça e o olhar armado atento ao MST (segundo um deputado participante da armação).

Um governo de coalização, o padrão republicano pós militarismo, é como uma sociedade limitada. Manda quem tem cinquenta e um por cento do capital. Entretanto, com a bancarrota batendo na porta, os quarenta e nove por cento restantes gritam, mero instinto de sobrevivência, e provavelmente serão ouvidos. Ao confronto de ideias preferiu-se a retirada da súcia, deixando o general a postos, queixoso e quase humilde em sua “DR” alardeada ao público. Foi o aviso prévio, o bilhete azul, anunciando que as oligarquias não queriam outros dez anos vermelhos no leme da nau sem rumo. Este é mais um fato revelador sobre a natureza da política brasileira para se reter na memória e contar aos filhos e netos.

Porque nossa política carece de honra, palavra, compromisso, sentido do coletivo e, acima de tudo, respeito ao público tratado como ignorante. Em qualquer das dez maiores economias do mundo, o Brasil é uma delas, o imbróglio seria resolvido com os sócios negociando à exaustão. Afinal, vários partidos foram contemplados com ministérios e outros cargos estratégicos, em termos de poder e influência, na gestão da Presidente. Preferiu-se a gambiarra: todos abandonaram o barco, deixando um segundo “timoneiro” de plantão. Haveria alguma dúvida no emprego do termo calhorda para os atores dessa tragicomédia? Ou de que se trata verdadeiramente de um golpe?

Vencidas as duas etapas preparatórias, tornou-se necessário limpar as mãos sujas de Cunha e Jucá: arquivos mortos, um ônus.
O exílio presencial de Cunha foi “providencialmente” resolvido pelo Supremo. Jucá também, com o “vazamento” de conversas que, para os iniciados, configuram sem sombra de dúvida a aplicação de um “golpe branco”, ou se preferirem, uma ação de reintegração de posse executada pelas elites. Mas rolou então o imponderável (colateral de gambiarras). Não se contava com isso, pois os militares, que em 1964 representaram a mão de ferro das oligarquias, foram excluídos, mas a justiça, com o sopro de vida e respeitabilidade da República do Paraná, é, a operação Lava Jato, escapou ao controle, preocupada e fascinada com o próprio umbigo e … novamente a história se repete: a justiça tornou-se incontrolável, para o desespero dos oligarcas. Nos dizeres de Sarney, o vice-rei, a pior ditadura de todas!
 

Vários partidos foram contemplados com ministérios e outros cargos. Preferiu-se a gambiarra: todos abandonaram o barco.

O doutor Moro, um barnabé do andar de baixo, mas uma exceção no que toca à observância de seus deveres de servidor público, foi rapidamente transformado em herói, adquirindo “imexibilidade” (devo o termo ao ministro do trabalho na gestão Collor de Mello, Antônio Magri, que empregou o vocábulo pela primeira vez). Moro materializa um conto de Dalton Trevisan que discorre sobre o vampiro de Curitiba. Está mordendo e sugando a jugular de corruptos e corruptores, a mescla, que já comentei em outra ocasião, do capital nacional sobrevivente à internacionalização da economia – a construção civil pesada – e o sistema político viciado, torto, demagógico e oportunista. Moro, por assim dizer, está “roubando” a farta merenda da politicagem voraz, predatória, traidora da pátria e de seus eleitores, o que ficou
patente no espetáculo mambembe da votação do impedimento na camarilha dos deputados, onde votaram pela mulher, filhos, pais, tios e animais de estimação e não pelos que representam.
O coletivo.

Fred Paulino gentilmente enviou-me dois links que versam sobre uma barganha proposta ao interino: em troca a seu voto pelo impedimento no Senado, o senador Hélio José (PMDB-DF), também conhecido como senador Gambiarra, quer: a presidência do Banco do Brasil, nomear o presidente da Itaipu, ser o líder do governo no Congresso e mais outros 34 cargos (ver blog do Fred Lima e matéria do Tijolaço de 21/06)! A quem esse político representa, candangos?

O negócio está feio e tende a piorar. Gostaria que algum jornalista da nossa verdadeira imprensa, a alternativa, fizesse uma pesquisa em Brasília sobre as compras de tranquilizantes nas drogarias da capital e outra nas latas de lixo dos poderosos de foro privilegiado. O instituto de geofísica da UnB, que sempre reporta as magnitudes dos tremores de terra em Minas Gerais, bem que poderia dar uma força e apontar a magnitude do tremor no epicentro em Brasília. Enquanto não rola, nos contentamos com Jô Soares e sua trupe de jornalistas da indústria da informação que, via de força, comentam gracejando sobre os apuros que a situação criou, como um bumerangue que agora volta à origem do movimento.

Nosso gótico interino (arghhh, démodé) já se irritou com as manifestações, deu murro na mesa e garantiu que está habituado a tratar com bandidos, aprendizado adquirido em duas gestões no comado da segurança pública do estado de São Paulo. Cercou-se corretamente do que já conhecia (alguns já dançaram, outros vários estão citados em processos sortidos). Seu lado vampiresco, mágico, manifestou a vontade de levitar os pobres brasileiros pobres à condição de classe média, imediatamente após anunciar vagamente as intenções de atingir em cheio os que sempre pagam o pato da Fiesp: isso mesmo, os pobres e descamisados, os verdadeiros onerados do chamado Custo Brasil. Acreditamos,inculcados que fomos pelo entretenimento do Fantástico e sua ênfase nos poderes de um mágico, David alguma coisa, há algumas décadas. Se isto não bastasse, que tal o reforço dos superpoderes dos bem apregoados nos horários alugados à indústria televisiva: os milagreiros a granel?! Bíblia para quem precisa de Bíblia; boi para quem precisa de boi; bala para quem precisa de bala – e mais uma vez, mister Oscar Wilde, a vida imita a arte do BBB (Big Brother Brasil).

Em menos de um mês de gestão gambiarrada, a senilcracia já desperta desconfiança.

Soa impossível chegar a alguma conclusão. Primeiro, porque estamos investigando uma conjuntura que mais parece areia movediça. A cada novo dia, ou jornal da noite, somos bombardeados por novos fatos: mais um ministro que renuncia, um chefe regional do PSDB é preso em Minas Gerais. O Financial Times rotula os governistas atuais de desertores, vários desmentidos do presidente, reafirmação de liberdade de ação para a Lava Jato… Uma comentarista política disse há duas semanas no Programa do Jô que estava achando o governo “velho”. Não qualificou seus sentimentos, o que deixa o comentário livre para interpretação.

O governo interino não só parece, como nasceu velho: uma senilcracia branca, misógina, formada por suspeitos nos ministérios e no legislativo, que sinaliza contra os avanços nas áreas sociais das últimas décadas. É velho como sua estratégia de lotear o governo aos aliados da hora, que assim os mantém, com as trinta moedas, mesmo que contradiga o
que apregoa.

Em menos de um mês de gestão gambiarrada, a senilcracia já desperta desconfiança (a causa da recessão, segundo os atuais governistas) até mesmo entre aliados e reticentes. A imprensa e a indústria da informação já deram puxões de orelha. A senilcracia só é neoliberal nos ministérios doados ao PSDB (Serra), na liderança do governo no Senado, na presidência da Petrobras (sinal de abertura do pré-sal ao capital estrangeiro) e no Ministério da Fazenda. A estes, compete a solução do paradoxo entre os dogmas do neoliberalismo e a realidade que produz. Os demais integrantes e coadjuvantes são políticos da velha cepa, oportunistas, politiqueiros de competência e idoneidade suspeitas, hoje tratados a caviar e champanhe e loas (o pequeno sheik pediu aplausos para o Congresso pela votação da pauta do “trem da alegria”, um lenitivo para os “anos de chumbo” da insensível Presidenta). Entre bandidos e traidores da pátria, o pequeno drácula desfila garboso, levita com um largo sorriso de contentamento. Um sinal prematuro de hedonismo – a “ditadura da justiça’ começa a se ocupar com os “Al Capones” do PMDB. No meu íntimo, torço para a condenação de Eduardo Cunha e a concessão de uma delação premiada ao gangster – grande premiação para o povo em geral. Já é tempo, não há mais o que demonizar em Lula e no PT.

O atual lado negro da gambiarra, somado à nossa maior e terrível gambiarra – as favelas, que devem abrigar cerca de trinta por cento da população – são embaraços à vontade de solicitar à Unicef que a declare patrimônio cultural nacional.

em>04 de junho de 2016.

Lembrete aos mais jovens: o grande Dadá Peito de Aço, centroavante do Galo na gloriosa campanha do primeiro Campeonato Brasileiro, em uma entrevista, sentiu-se apertado com as perguntas e retrucou: “não me venha com problemática, que eu tenho a solucionática.”